SEMANA DE 01 A 05 DE JULHO
TIC e aprendizagem –
abordagem das práticas possíveis
Durante
essa disciplina conversamos um pouco sobre as características dos alunos de
hoje quanto à utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e
sobre como o professor necessita de uma formação que contemple alguns desses
aspectos.
Encerrando
o trabalho que desenvolvemos vamos falar hoje de algumas práticas possíveis,
mas não sem antes refletir sobre a universalidade, a quebra das perspectivas de
espaço e de tempo que as TIC proporcionam.
Reflitam sobre isso
assistindo o vídeo disponível em http://www.youtube.com/watch?v=Us-TVg40ExM
Iniciando a nossa aula
Vamos começar com a leitura de um texto. Ele foi
escrito pela Profª Lynn Alves no final da década de 90, portanto há
mais de vinte anos, mas mostra a importância do impacto das TIC na Educação. O
texto se intitula “Novas Tecnologias: instrumento, ferramenta ou elementos
estruturantes de um novo pensar?” e pode ser acessado em http://www.lynn.pro.br/admin/files/lyn_artigo/ee46d136c2.pdf.
Desenvolvendo o
assunto... algumas práticas possíveis
Para
respeitar o tempo previsto para nossa aula, da multiplicidade de aplicações
práticas das TIC à Educação escolhemos três possibilidades, com o objetivo de
estimular você a conhecê-las mais um pouco.
1ª) Softwares
educativos
Buscando
traduzir o terno software pela junção de soft + ware, pode-se inferir que
software une o conceito de “leve”, “macio” com o conceito de “artigo”, “produto”.
A tradução literal: “artigo leve”. Por isso, a palavra software, assim com a
palavra hardware não possui tradução para o português.
Softwares
são programas de
computador, um conjunto de instruções ordenadas que são entendidas e executadas
pelo computador. Dentre as diversas ferramentas que auxiliam os educandos no
processo de aprendizagem
tem-se o computador como
um grande aliado. O computador, representando as diversas ferramentas da
informática e os softwares educativos usados na educação,
torna-se progressivamente mais importante na capacitação e aperfeiçoamento de
alunos, professores e das próprias instituições de ensino.
Os softwares
podem ser considerados programas educacionais a partir do momento em sejam
projetados por meio de uma metodologia que os contextualizem no processo
ensino-aprendizagem. Desse modo, mesmo um software detalhadamente pensado para
mediar a aprendizagem pode deixar a desejar se a metodologia do professor não
for adequada ou adaptada a situações específicas de aprendizagem.
Quando se desenvolve um software educacional para
apoio ao processo de aprendizagem uma das importantes etapas da produção é
definir a concepção pedagógica daqueles que estão envolvidos no seu
desenvolvimento e implementação.
É
importante saber que, paralelamente a um lucrativo mercado de produção e venda
de softwares (software proprietário), há o Software Livre
O termo software livre corresponde a programas
de computador que oferecem liberdade ao usuário, no sentido de poder executar,
distribuir, modificar e repassar as alterações. O indivíduo tem a liberdade
de alterar o código fonte do sistema operacional, ajustando-o e aperfeiçoando-o
de acordo com suas necessidades. Esse sistema é desenvolvido por uma comunidade
constituída de colaboradores que desejam partilhar informações e aprimorá-lo,
evidenciando sua característica de “colaboração”. Surgiu através das ideias e
projetos propostos por Richard Stallman.
Uma boa leitura sobre softwares educativos pode sem feita em http://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/55/1576.
2ª) Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA)
Conhecidos como AVA os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem, vem tomando cada vez maior espeço no cenário educacional
brasileiro. Segundo Messa (2010):
Em
termos conceituais, os AVAs consistem em mídias que utilizam o ciberespaço para
veicular conteúdos e permitir interação entre os atores do processo educativo
(PEREIRA, 2007, p.4). Dessa forma, a qualidade do processo educativo depende do
envolvimento do aprendiz, da proposta pedagógica, dos materiais veiculados, da
estrutura e qualidade de professores, tutores, monitores e equipe técnica,
assim como das ferramentas e recursos tecnológicos utilizados no ambiente.
Em
consonância com essa evolução e realidade educacional, e na tentativa de alinhar
as produções de materiais didáticos que servissem como referenciais para as mais
variadas ofertas de cursos na modalidade em educação a distância, o Ministério da
Educação (2007), conceitua Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) como:
(...)
programas que permitem o armazenamento, a administração e a disponibilização de
conteúdos no formato Web. Dentre esses, destacam-se: aulas virtuais, objetos de
aprendizagem, simuladores, fóruns, salas de bate-papo, conexões a materiais
externos, atividades interativas, tarefas virtuais (webquest), modeladores,
animações, textos colaborativos (wiki).
Pode-se
dizer que Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) consiste em uma excelente
opção de mídia que está sendo utilizada para mediar o processo ensino - aprendizagem
a distância. Segundo MCKIMM, JOLLIE e CANTILLON (2003 apud PEREIRA 2007, p. 6):
(...)
consiste em um conjunto de ferramentas eletrônicas voltadas ao processo
ensino-aprendizagem. Os principais componentes incluem sistemas que podem
organizar conteúdos, acompanhar atividades e, fornecer ao estudante suporte
on-line e comunicação eletrônica.
Segundo Haguenauer:
É
notável que o avanço tecnológico possibilitou uma nova realidade educacional: o
ensino mediado por computador. A inserção do computador na educação provoca uma
mudança de comportamento dos participantes do processo ensino - aprendizagem.
Um de seus efeitos é o aumento crescente da quantidade de informação disponível
e acessível aos alunos e professores. Paralelamente, surge a possibilidade de
contato remoto entre os participantes do processo através da comunicação pela
Internet. Desta forma, a sala de aula perde gradativamente suas fronteiras de
tempo e espaço.
Esse
novo ambiente de aprendizagem favorece também a reflexão e a reformulação das
metodologias de ensino praticadas nas escolas e nas universidades.
O
ambiente virtual propicia o resgate de uma postura mais ativa e menos passiva
dos alunos. O professor também é afetado por estas mudanças, deixando de ser o
centro do processo - detentor de todo o conhecimento – para transformar-se em
um mediador das atividades de aprendizagem. Nessa nova realidade, o ensino
tende a tornar-se mais individualizado, adaptando-se aos diferentes perfis
psicológicos, formas de aprender e comportamentos dos diferentes alunos. O
estudo adquire maior flexibilidade, podendo ser realizado de acordo com a
disponibilidade de tempo do aluno e no local mais adequado.
O
professor também precisa adaptar-se à nova tecnologia e ao seu novo papel na
sala de aula virtual. Como essa é uma mudança brusca nos paradigmas do ensino
tradicional, a opção pela modalidade semi-presencial atende às dificuldades de
difusão e absorção de novas tecnologias, além de permitir um custo mais
acessível do que nos programas de ensino totalmente a distância. Esse formato
de transição (semi-presencial) não entra em choque com o modelo tradicional,
apenas incorpora elementos novos ao modelo com que professores e alunos estão
acostumados, facilitando a introdução das novas tecnologias.
O
desenvolvimento de materiais didáticos para uso em Ambientes Virtuais de
Aprendizagem exige conhecimentos de diversos campos, como informática,
programação visual, psicologia da aprendizagem e o conteúdo específico a ser
ensinado, o que pressupõe a existência de uma equipe transdisciplinar. Esse
novo formato de trabalho leva o professor a uma reformulação de suas práticas e
métodos de ensino, de forma a obter uma mudança de qualidade significativa no
processo ensino - aprendizagem.
Um
dos AVAs mais utilizados hoje em dia é o
Além
do AVA em que você está cursando a disciplina vale a pena conhecer alguns
outros:
http://www.moodle.ufba.br/course/view.php?id=30 - da Universidade Federal da Bahia
http://www.moodle.ufba.br/course/view.php?id=30 - da Universidade Federal da Bahia
http://cefet.cead.uff.br/moodle2/ - do CEFET
O Moodle é um software gratuito e há vários
tutoriais em vídeo no YouTube ensinando
como criar aulas e utilizar as ferramentas do AVA.
Segundo
Nardin, Fruet e Bastos (2009, p.4):
(...) o Moodle possui
características construcionista, pois, permite diálogos e ações (diário de
bordo, lição, tarefas e exercícios) e potencializa a colaboração através de
ferramentas como a wiki que possibilita a composição colaborativa, a
interatuação, a formação para a coparticipação ou coautoria. Constitui-se,
ainda, comunicacional tendo em vista as ferramentas de comunicação assíncronas:
mensagens e fóruns que criam possibilidades interacionais e potencializam o
diálogo problematizador em torno de uma temática específica; e síncronas através
do chat, que propicia a problematização através da associação com
materiais bibliográficos e problematização mediante a definição de questões
orientadoras. Possui também característica informacional, apresentando
agendamento das atividades mediante Calendário, Notícias e Mural, e potencial
Investigativo, o qual permite construir, realizar e disponibilizar pesquisas de
Avaliação de forma a orientar a interação e potencializar a reflexão em torno
da aprendizagem de um determinado conceito educacional. As tarefas consistem na
descrição das atividades de estudo (Alberti e De Bastos, 2008) que serão
desenvolvidas pelos estudantes e podem contemplar o envio em formato digital de
redações, imagens, solução de problemas, projetos, possibilitando ainda o desenvolvimento
de tarefas extraclasse.
3ª) Blog educativo
A terceira
escolha se prende ao fato de utilizarmos essa prática no desenvolvimento da
nossa disciplina.
Embora
não disponha da variedade de ferramentas de interação que um AVA oferece, o
Blog ainda pode ser bastante utilizado como estratégia didática.
De
acordo com Almeida (2012, p. 181):
Trata-se de uma página da
internet usada com características de diário, que pode ser comentada por pessoas
em geral ou grupos específicos. Sua estrutura é bastante simples de se criar e manter,
ou seja, pode ser criado pelos próprios alunos.
Em comparação com um site
comum, o blog oferece uma maior variedade de interação, pois permite atualização
rápida de conteúdos a partir da inserção dos chamados posts, que são textos ou
informações que podem ser comentadas por seus usuários. Normalmente os
comentários ficam centrados nos tópicos sugeridos por quem gerencia a página e,
nele, é visualmente mais fácil ir incluindo novos temas de discussão com
frequência para serem comentados. Geralmente os blogs têm políticas de acesso e
publicação, por exemplo, podem ser escritos por uma ou um número variável de
pessoas, podem ser organizados de forma cronológica inversa, dependendo de sua
temática entre outras opções e para participar o usuário deve respeitar as
regras determinadas pelo gerenciador.
Os textos produzidos a partir
do movimento interativo da comunicação, como é o caso dos blogs, possuem
características próprias, mas que podem variar conforme as suas condições de
produção, recepção e circulação. A linguagem, o conteúdo e a imagem projetada
dependem do perfil de seus usuários, assim, a produção de sentidos ocorre de
acordo com a produção e reprodução de textos, mantendo a língua em funcionamento.
Quase sempre os textos produzidos nos blogs são curtos, claros, diretos e bem
articulados, podendo ou não utilizar outros recursos que não sejam verbais. Em
alguns casos, pode-se perceber o uso de argumentos ou imagens que transmitam legitimidade
ao assunto.
É
importante destacar, no entanto, que um blog criado com objetivos educativos
tem características próprias, peculiares e bem diferentes dos Blogs destinado a
outras finalidades.
Alguns
Blogs educativos:
http://dialogandocomelo.blogspot.com.br/ - Dialogando com Elô
http://joaomattar.com/blog/joao-mattar/ - De Mattar (João
Mattar)
http://revistaescola.abril.com.br/blogs/tecnologia-educacao/ - - Revista Nova Escola
Encerrando
a aula...
Esperamos que você tenha gostado da aula
de hoje e encerramos com uma citação de
Esperamos que
você tenha gostado da aula de hoje e encerramos com uma citação de Postman e Weingarter: “o conhecimento não está
nos livros à espera de que alguém venha aprendê-lo; o conhecimento é produzido
em resposta a perguntas; todo novo conhecimento resulta de novas perguntas,
muitas vezes novas perguntas sobre velhas perguntas” (1969, p.23).
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, J. M. et al. Uso do Blog na Escola:
Recurso didático ou objeto de divulgação? Revista
Interscience Place. Edição 22, volume 1, artigo nº 10, Julho/Setembro 2012.
Disponível em http://www.interscienceplace.org/interscienceplace/article/view/448/298.
ALVES, Lynn. Novas Tecnologias: instrumento, ferramenta ou elementos
estruturantes de um novo pensar? Disponível em http://www.lynn.pro.br/admin/files/lyn_artigo/ee46d136c2.pdf.
DANTAS, G. G. C. & AQUINO, M. de A. Aprendendo
com o uso de softwares educativos para ativar inteligências múltiplas.
Disponível em http://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/55/1576.
MESSA, W. C. Utilização de Ambientes Virtuais
de Aprendizagem – AVAs: A busca por uma aprendizagem significativa. Revista da ABED. Vol. 9, 2010.
Disponível em http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2010/2010_2462010174147.pdf.
NARDIN, FRUET e BARROS. Potencialidades
tecnológicas e educacionais em ambiente virtual de ensino-aprendizagem livre. Revista RENOTE Novas Tecnologias na Educação.
V 7, n,3, dezembro 2009. Disponível em
Postman, Neil & Weingartner, Charles. Teaching as a subversive activity. New York: Dell Publishing Co,
1969.