domingo, 23 de junho de 2013


SEMANA DE 24 A 28 DE JUNHO

O professor está preparado para esta mudança?

Essa é a pergunta que vai orientar a nossa aula de hoje.
Iniciando a nossa aula
Comecemos com uma reflexão pertinente ao tema:
“A tecnologia não é um destino, mas uma cena de luta, quando escolhemos as nossas tecnologias nos tornamos o que somos, o que, por sua vez, configura o nosso futuro”. (Sancho, 1998, p.34)
Com a chegada da mediação pedagógica com a utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação à sala de aula presencial como o professor pode atuar? Quais são as grandes diferenças encontradas.
Bastos (1988, p. 32) define tecnologia como “... a capacidade de perceber, compreender, criar, adaptar, organizar e produzir insumos, produtos e serviços. Em outros termos, a tecnologia transcende a dimensão puramente técnica, ao desenvolvimento experimental ou à pesquisa em laboratório; ela envolve dimensões de engenharia de produção, qualidade, gerência, marketing, assistência técnica, vendas, dentre outras, que a tornam um vetor fundamental de expressão da cultura das sociedades”.
E os cursos de formação de docentes? Eles acompanharam essas mudanças?

Convidamos você a assistir um vídeo da palestra realizada em fevereiro de 2012 durante a Jornada Pedagógica dos professores presenciais e ministrantes do Centro de Mídias de Educação do Amazonas, cujo tema geral foi: Didática e Organização Curricular do Ensino Mediado por Tecnologias.
Ele pode ser assistido em http://www.youtube.com/watch?v=qmN5VIZbNAQ 
O livro “El profe Virtual” é muito interessante para os que, como nós, estudamos esse tema. Os que dominam a leitura em espanhol pode acessá-lo gratuitamente e na íntegra em  http://www.slideshare.net/profevirtual/el-profe-virtual

Discutindo alguns pontos relativos à formação de professores para a inserção das TIC em sua prática
“Quando se fala em tecnologias na escola, tem se preocupado muito com questões técnicas, relativas aos equipamentos, deixando de lado o elemento central de qualquer ato pedagógico, que é o professor”. (BRITO e PURIFICAÇÃO, 2006, P. 27).


Elencamos algumas questões sobre a formação docente e que gostaríamos que você refletisse e trocasse com os seus colegas à luz do que estudamos até agora:
n  Um curso de formação de professores deve proporcionar a eles o domínio dos aspectos técnicos e intelectuais.
n  As necessidades reais de cada professor devem ser levadas em conta em um curso de formação.
n  As máquinas por si só não contribuem para a evolução e o sucesso dos processos de ensino e aprendizagem.
n  Para que a prática pedagógica se modifique são necessárias as constantes reflexão e ação.

Os “dez mandamentos” para o professor nos dias de hoje


José Carlos Antonio, em um artigo do Blog “Professor Digital” apresenta dez novos mandamentos para o professor atuar utilizando a mediação das TIC:
Já foi o tempo em que você precisava aprender tudo antes para, somente depois, poder ensinar um pouco do que sabia aos seus alunos, ou seja, para “passar” o seu conhecimento para eles. Os novos paradigmas de que você precisa são bastante diferentes daqueles que você tinha quando aprendeu com seus velhos professores. A seguir vão 10 “novos” (talvez nem tanto) paradigmas de que você precisará para os dias atuais:
1. Aprender enquanto utiliza, e utilizar enquanto aprende!
Você não precisa de um curso para aprender a usar o Twitter, o YouTube, o Google Docs ou as demais ferramentas para, somente depois, poder utilizá-las. Você só precisa começar a usá-las e, então, precisa entender que é utilizando-as que você aprenderá a utilizá-las cada melhor.
2. Aprender errando e corrigindo!
As ferramentas da Web 2.0 e as TICs em geral “admitem o erro como parte da aprendizagem”, por isso não se preocupe em fazer tudo certo já da primeira vez (ou da segunda, ou da terceira). Se você errar, não tem problema, não tem punição, você aprendeu! Se não der certo na primeira vez, tente de novo.
3. Explorar novas maneiras de aprender!
A aprendizagem das novas tecnologias e suas ferramentas não é linear. Não há mais “um passo antes do outro”. Assim como você pode navegar na internet por links (hipertexto!), você também pode aprender em pequenas doses, em passos não seqüenciais, explorando o que lhe parecer melhor naquele momento e criando seu próprio percurso de aprendizagem. Entenda isso como uma hiperaprendizagem.
4. Integrar-se às redes sociais e aprender colaborativamente!
Há livros, manuais, tutoriais e mesmo cursos para se aprender qualquer coisa que você quiser, e todos eles estão disponíveis na internet, mas a forma mais eficiente de aprender algo que você ainda não sabe, e nem sabe onde encontrar a resposta, consiste simplesmente em “perguntar para outras pessoas”! Quer dar seus primeiros passos no Twitter e não sabe por onde começar? Comece perguntando para alguém que já sabe! O conhecimento não está mais apenas nos livros, ele também está nas pessoas!
5. Explorar possibilidades e ser criativo!
Você pode ler muitos livros sobre o uso de certa ferramenta ou TIC, pode assistir a palestras, participar de simpósios, congressos, redes sociais, etc., e trocar idéias com pessoas que já utilizam essa ferramenta ou tecnologia. Tudo isso irá lhe ajudar bastante a aprender sobre o uso das TICs, mas você poderá obter resultados ainda melhores se o tempo todo perguntar para si mesmo coisas como: “o que eu posso fazer com isso? Como eu posso usar o Twitter para mim mesmo? E com os meus alunos?”. Só você conhece melhor que todos os outros a sua realidade, as suas necessidades e os seus próprios desejos.
6. Ser autônomo, não esperar passivamente por ajuda e nem desistir sem antes tentar!
Há pessoas que desistem de algo sem nem mesmo tentar antes. Ficam eternamente à espera de alguém que lhes mostre todos os caminhos, que lhes dê todas as respostas (corretas!). Não seja uma delas. Respostas perfeitas e pessoas que as saibam dar já não existem mais. Se tiver uma idéia que “gostaria que desse certo”, tente implementá-la. Se algumas tentativas falharem, não desista, isso não se chama “fracasso”, chama-se “aprendizagem”!
7. Aprender a ter prazer na aprendizagem!
Assim como os alunos não aprendem facilmente aquilo que eles desgostam, os professores também reagem da mesma forma. Só aprendemos coisas que queremos aprender, coisas que nos dão alguma satisfação, algum prazer, quando a aprendemos. Por isso, se você não aprender a ter prazer em dar uma aula melhor usando um novo recurso, nunca vai aprender a usar o recurso, e nem vai melhorar sua aula. E o que é pior: se você não aprende com prazer, então também não ensina com prazer e, por isso mesmo, não desperta o prazer no seu aprendiz. Tudo o que fazemos apenas por obrigação acaba caindo na vala comum da mediocridade. Ensino é paixão e o professor apaixonado pelo bom ensino é a melhor tecnologia que existe para ensinar.
8. Aprender a compartilhar conhecimento, dúvidas e sonhos!
Não basta aprender, não basta ser capaz de fazer; é preciso “fazer de fato” e compartilhar o conhecimento para que outros aprendam e façam. É preciso sonhar grande! Se você aprendeu como usar o Twitter, experimentou usá-lo e até já colecionou algumas dicas, então é hora de usar o potencial dessa ferramenta para compartilhar! Compartilhar seu conhecimento sobre a ferramenta, mas não só isso, pois agora você poderá compartilhar uma infinidade de outros conhecimentos usando essa ferramenta como instrumento de ensino. Você também faz parte da construção dos novos conhecimentos.
9. Aprender a ensinar o outro a aprender a aprender!
Para “estar atualizado” não é preciso ter “todas” as informações, mas é preciso aprender a encontrá-las, compreendê-las, utilizá-las, modificá-las, expandi-las e compartilhá-las. E é exatamente isso que precisamos ensinar às novas gerações! E não é nada fácil ensinar ao outro aquilo nem nós mesmos sabemos; por isso precisamos aprender a aprender antes de tentar ensinar isso aos nossos alunos. Se você mesmo não se sentir capaz de aprender, nunca vai desenvolver essa competência em seus alunos.
10. Aprender a estar eternamente insatisfeito!
Se você acha que esses “novos” paradigmas vão resolver o seu problema, se acha que eles bastam, ou apenas concorda com eles, sem ressalvas, então, talvez você não tenha entendido nada! Todos esses paradigmas juntos significam apenas que cabe a você compreendê-los, aplicá-los, reformulá-los, ampliá-los, reconstruí-los e, então, compartilhar com outros a “sua versão” deles. Aceite-os apenas como um desafio para que você mesmo possa reescrevê-los e compartilhá-los com outras pessoas.
 Uma tarefa...
Elabore mais um mandamento e acrescente-o à lista elaborada pelo autor.

Encerrando a nossa aula... Estágios evolutivos da apropriação tecnológica pelo professor



A apropriação de que falamos não acontece de um momento para outro, mas em cinco estágios, de forma progressiva e gradual. São eles:
Estágio
Exemplos do que fazem os professores
Entrada
Aprendem as habilidades básicas para lidar com Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).
Adoção
Usam as TIC nas práticas pedagógicas tradicionais
Adaptação
Integram as TIC às atividades de sala de aula, principalmente com foco na produção dos alunos.
Apropriação
Focam o trabalho cooperativo, projetos de aprendizagem e interdisciplinaridade, incorporando as TIC quando ela é necessária, como uma entre muitas ferramentas.
Invenção
Descobrem novas formas de utilizar as ferramentas e combinam múltiplas tecnologias.

Referências bibliográficas
ANTONIO, José Carlos. As TICs, a Escola e o Futuro. Professor Digital. Disponível em: http://professordigital.wordpress.com/2011/01/20/as-tics-a-escola-e-o-futuro.
BASTOS, João Augusto de Souza. Educação Tecnológica: conceitos, características e perspectivas. In: Revista Tecnologia e Interação. Curitiba: CEFET-PR, 1998.
BRITO Gláucia da Silva. PURIFICAÇÃO, Ivonélia da. Educação e novas tecnologias: um re-pensar. Curitiba: Ibpex, 2006.
SANCHO, Juana Maria. Para uma Tecnologia Educacional. Porto Alegre: Artmed, 1998.



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