SEMANA DE 24 A 28 DE JUNHO
O
professor está preparado para esta mudança?
Essa
é a pergunta que vai orientar a nossa aula de hoje.
Iniciando a nossa
aula
Comecemos
com uma reflexão pertinente ao tema:
“A
tecnologia não é um destino, mas uma cena de luta, quando escolhemos as nossas
tecnologias nos tornamos o que somos, o que, por sua vez, configura o nosso
futuro”. (Sancho, 1998, p.34)
Com
a chegada da mediação pedagógica com a utilização de Tecnologias de Informação
e Comunicação à sala de aula presencial como o professor pode atuar? Quais são
as grandes diferenças encontradas.
Bastos (1988, p. 32) define tecnologia como
“... a capacidade de perceber, compreender, criar, adaptar, organizar e
produzir insumos, produtos e serviços. Em outros termos, a tecnologia
transcende a dimensão puramente técnica, ao desenvolvimento experimental ou à
pesquisa em laboratório; ela envolve dimensões de engenharia de produção,
qualidade, gerência, marketing, assistência técnica, vendas, dentre outras, que
a tornam um vetor fundamental de expressão da cultura das sociedades”.
E
os cursos de formação de docentes? Eles acompanharam essas mudanças?
Convidamos
você a assistir um vídeo da
palestra realizada em fevereiro de 2012 durante a Jornada Pedagógica dos
professores presenciais e ministrantes do Centro de Mídias de Educação do Amazonas,
cujo tema geral foi: Didática e Organização Curricular do Ensino Mediado por
Tecnologias.
Ele pode ser assistido em http://www.youtube.com/watch?v=qmN5VIZbNAQ
O livro “El profe Virtual” é muito
interessante para os que, como nós, estudamos esse tema. Os que dominam a
leitura em espanhol pode acessá-lo gratuitamente e na íntegra em http://www.slideshare.net/profevirtual/el-profe-virtual
Discutindo alguns pontos relativos à formação de professores
para a inserção das TIC em sua prática
“Quando se fala em tecnologias na
escola, tem se preocupado muito com questões técnicas, relativas aos
equipamentos, deixando de lado o elemento central de qualquer ato pedagógico,
que é o professor”. (BRITO e PURIFICAÇÃO, 2006, P. 27).
Elencamos algumas questões sobre a
formação docente e que gostaríamos que você refletisse e trocasse com os seus colegas
à luz do que estudamos até agora:
n Um curso de formação de professores deve proporcionar
a eles o domínio dos aspectos técnicos e intelectuais.
n As necessidades reais de cada professor devem ser
levadas em conta em um curso de formação.
n As máquinas por si só não contribuem para a evolução
e o sucesso dos processos de ensino e aprendizagem.
n Para que a prática pedagógica se modifique são
necessárias as constantes reflexão e ação.
Os “dez mandamentos” para o professor nos dias de hoje
José Carlos Antonio, em um artigo do
Blog “Professor Digital” apresenta dez novos mandamentos para o professor atuar
utilizando a mediação das TIC:
Já
foi o tempo em que você precisava aprender tudo antes para, somente depois,
poder ensinar um pouco do que sabia aos seus alunos, ou seja, para “passar” o
seu conhecimento para eles. Os novos paradigmas de que você precisa são
bastante diferentes daqueles que você tinha quando aprendeu com seus velhos
professores. A seguir vão 10 “novos” (talvez nem tanto) paradigmas de que você
precisará para os dias atuais:
1. Aprender
enquanto utiliza, e utilizar enquanto aprende!
Você
não precisa de um curso para aprender a usar o Twitter, o YouTube, o Google
Docs ou as demais ferramentas para, somente depois, poder utilizá-las. Você só
precisa começar a usá-las e, então, precisa entender que é utilizando-as que
você aprenderá a utilizá-las cada melhor.
2. Aprender
errando e corrigindo!
As
ferramentas da Web 2.0 e as TICs em geral “admitem o erro como parte da
aprendizagem”, por isso não se preocupe em fazer tudo certo já da primeira vez
(ou da segunda, ou da terceira). Se você errar, não tem problema, não tem
punição, você aprendeu! Se não der certo na primeira vez, tente de novo.
3. Explorar
novas maneiras de aprender!
A
aprendizagem das novas tecnologias e suas ferramentas não é linear. Não há mais
“um passo antes do outro”. Assim como você pode navegar na internet por links
(hipertexto!), você também pode aprender em pequenas doses, em passos não
seqüenciais, explorando o que lhe parecer melhor naquele momento e criando seu
próprio percurso de aprendizagem. Entenda isso como uma hiperaprendizagem.
4. Integrar-se
às redes sociais e aprender colaborativamente!
Há
livros, manuais, tutoriais e mesmo cursos para se aprender qualquer coisa que
você quiser, e todos eles estão disponíveis na internet, mas a forma mais
eficiente de aprender algo que você ainda não sabe, e nem sabe onde encontrar a
resposta, consiste simplesmente em “perguntar para outras pessoas”! Quer dar
seus primeiros passos no Twitter e não sabe por onde começar? Comece
perguntando para alguém que já sabe! O conhecimento não está mais apenas nos
livros, ele também está nas pessoas!
5. Explorar
possibilidades e ser criativo!
Você
pode ler muitos livros sobre o uso de certa ferramenta ou TIC, pode assistir a
palestras, participar de simpósios, congressos, redes sociais, etc., e trocar
idéias com pessoas que já utilizam essa ferramenta ou tecnologia. Tudo isso irá
lhe ajudar bastante a aprender sobre o uso das TICs, mas você poderá obter
resultados ainda melhores se o tempo todo perguntar para si mesmo coisas como:
“o que eu posso fazer com isso? Como eu posso usar o Twitter para mim mesmo? E
com os meus alunos?”. Só você conhece melhor que todos os outros a sua
realidade, as suas necessidades e os seus próprios desejos.
6. Ser
autônomo, não esperar passivamente por ajuda e nem desistir sem antes tentar!
Há
pessoas que desistem de algo sem nem mesmo tentar antes. Ficam eternamente à
espera de alguém que lhes mostre todos os caminhos, que lhes dê todas as
respostas (corretas!). Não seja uma delas. Respostas perfeitas e pessoas que as
saibam dar já não existem mais. Se tiver uma idéia que “gostaria que desse
certo”, tente implementá-la. Se algumas tentativas falharem, não desista, isso
não se chama “fracasso”, chama-se “aprendizagem”!
7. Aprender
a ter prazer na aprendizagem!
Assim
como os alunos não aprendem facilmente aquilo que eles desgostam, os
professores também reagem da mesma forma. Só aprendemos coisas que queremos
aprender, coisas que nos dão alguma satisfação, algum prazer, quando a
aprendemos. Por isso, se você não aprender a ter prazer em dar uma aula melhor
usando um novo recurso, nunca vai aprender a usar o recurso, e nem vai melhorar
sua aula. E o que é pior: se você não aprende com prazer, então também não
ensina com prazer e, por isso mesmo, não desperta o prazer no seu aprendiz.
Tudo o que fazemos apenas por obrigação acaba caindo na vala comum da
mediocridade. Ensino é paixão e o professor apaixonado pelo bom ensino é a
melhor tecnologia que existe para ensinar.
8. Aprender
a compartilhar conhecimento, dúvidas e sonhos!
Não
basta aprender, não basta ser capaz de fazer; é preciso “fazer de fato” e
compartilhar o conhecimento para que outros aprendam e façam. É preciso sonhar
grande! Se você aprendeu como usar o Twitter, experimentou usá-lo e até já
colecionou algumas dicas, então é hora de usar o potencial dessa ferramenta
para compartilhar! Compartilhar seu conhecimento sobre a ferramenta, mas não só
isso, pois agora você poderá compartilhar uma infinidade de outros
conhecimentos usando essa ferramenta como instrumento de ensino. Você também faz
parte da construção dos novos conhecimentos.
9. Aprender
a ensinar o outro a aprender a aprender!
Para
“estar atualizado” não é preciso ter “todas” as informações, mas é preciso
aprender a encontrá-las, compreendê-las, utilizá-las, modificá-las, expandi-las
e compartilhá-las. E é exatamente isso que precisamos ensinar às novas
gerações! E não é nada fácil ensinar ao outro aquilo nem nós mesmos sabemos;
por isso precisamos aprender a aprender antes de tentar ensinar isso aos nossos
alunos. Se você mesmo não se sentir capaz de aprender, nunca vai desenvolver
essa competência em seus alunos.
10. Aprender
a estar eternamente insatisfeito!
Se
você acha que esses “novos” paradigmas vão resolver o seu problema, se acha que
eles bastam, ou apenas concorda com eles, sem ressalvas, então, talvez você não
tenha entendido nada! Todos esses paradigmas juntos significam apenas que cabe
a você compreendê-los, aplicá-los, reformulá-los, ampliá-los, reconstruí-los e,
então, compartilhar com outros a “sua versão” deles. Aceite-os apenas como um
desafio para que você mesmo possa reescrevê-los e compartilhá-los com outras
pessoas.
Uma tarefa...
Elabore mais um mandamento e
acrescente-o à lista elaborada pelo autor.
Encerrando a nossa aula... Estágios evolutivos da apropriação tecnológica pelo professor
A
apropriação de que falamos não acontece de um momento para outro, mas em cinco
estágios, de forma progressiva e gradual. São eles:
Estágio
|
Exemplos
do que fazem os professores
|
Entrada
|
Aprendem
as habilidades básicas para lidar com Tecnologias da Informação e Comunicação
(TIC).
|
Adoção
|
Usam
as TIC nas práticas pedagógicas tradicionais
|
Adaptação
|
Integram
as TIC às atividades de sala de aula, principalmente com foco na produção dos
alunos.
|
Apropriação
|
Focam
o trabalho cooperativo, projetos de aprendizagem e interdisciplinaridade,
incorporando as TIC quando ela é necessária, como uma entre muitas
ferramentas.
|
Invenção
|
Descobrem
novas formas de utilizar as ferramentas e combinam múltiplas tecnologias.
|
Referências
bibliográficas
ANTONIO, José Carlos. As TICs, a Escola e o Futuro. Professor Digital. Disponível em: http://professordigital.wordpress.com/2011/01/20/as-tics-a-escola-e-o-futuro.
BASTOS, João Augusto de Souza. Educação
Tecnológica: conceitos, características e perspectivas. In: Revista Tecnologia e Interação.
Curitiba: CEFET-PR, 1998.
BRITO Gláucia da Silva. PURIFICAÇÃO, Ivonélia da. Educação e novas tecnologias: um re-pensar. Curitiba: Ibpex, 2006.
SANCHO,
Juana Maria. Para uma Tecnologia
Educacional. Porto Alegre: Artmed, 1998.
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