domingo, 14 de abril de 2013

SEMANA DE 15 A 19 DE ABRIL

TÓPICO 1

Novos aprendentes...  novas formas de aprender.

Nas duas primeiras aulas vamos conversar um pouco sobre as mudanças dos perfis do professor e do aluno  com o impacto das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na sala de aula presencial.
Os alunos chegam à escola com a experiência e a vivência das TIC muito maior do que se pensa. Podemos dizer que muitas vezes ele “sabe mais” desse assunto do que o próprio professor.

Vamos iniciar o trabalho sugerindo que vocês assistam a um vídeo e reflitam sobre ele: http://www.youtube.com/watch?v=k6sUOcTSWqM.

Esses alunos que aprendem “diferente”...




Segundo Tapscott (1999), os jovens que no final de década de 1990 tinham idade entre 2 e 22 anos eram chamados Geração Net, Net Generation ou, simplesmente, N-Gen. Para o autor, enquadravam-se nesse perfil os indivíduos que cresceram cercados pela mídia digital. Mesmo os jovens que não tivessem acesso à Internet possuíam alguma fluência no meio digital, ou seja, conhecimentos básicos do uso de computadores, Internet e/ou videogames.
O autor apresenta da seguinte forma as gerações anteriores:
Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu um período de otimismo e fortalecimento econômico dos países vencedores do conflito, em especial os Estados Unidos. Chama os nascidos entre 1946 a 1964 de baby boomers. a geração que acompanhou uma verdadeira revolução nas telecomunicações, principalmente com a ascensão da televisão. Para os boomers, a televisão era a inovação do século e os eventos históricos que marcaram esse período foram assistidos nos lares graças a esse novo dispositivo.
Os nascidos na década seguinte, de 1965 ao final dos anos 1970, são conhecidos como a geração X.  Eles já tinham a televisão como um aparato comum no seu lar e por isso têm como característica serem extremamente orientados para a mídia. Durante a popularização dos computadores e da Internet, já eram adultos e foram assimilando essa realidade com certa facilidade.
A geração que se segue, dos nascidos a partir de 1980, recebeu diversas nomenclaturas como net, geração Y, millennials (HOWE; STRAUSS, 2000) e nativos digitais (PRENSKY, 2001a).
Veen e Vrakking (2009) também falam de uma nova geração que adotou a tecnologia e desenvolveu novas estratégias para viver e para aprender: a que cresceu e descobre o mundo através de uma multiplicidade de canais de televisão, jogos de computador, iPods, websites, blogs e celulares e a explorar as implicações do seu comportamento para aprender. A esta geração chamam Homo Zappiens.
Segundo os autores os Homo Zappiens são processadores ativos de informação, capazes de resolver/solucionar uma variedade de problemas usando estratégias de jogos e uma comunicação eficaz aprendem jogando, como em um jogo exploratório.



Não podemos estudar esse tema sem falar Marc Prensky, criador dos termos “nativos digitais” e “imigrantes digitais”. Segundo ele os indivíduos nascidos depois de 1980 possuem maior acesso e, consequentemente, mais habilidades para lidar com as Tecnologias de Informação e Comunicação.
A origem do termo "nativos digitais", assim como o de "imigrantes digitais" fica clara no artigo de Prensky chamado Nativos Digitais, Imigrantes Digitais”, cuja tradução para o português pode ser lido em 
Os nativos digitais são a primeira geração a crescer com jogos eletrônicos, computadores, e-mail, mensagens instantâneas, Internet, telefones celulares, ou seja, essas tecnologias são parte integral de suas vidas.
Desse modo eles desenvolvem uma cultura comum e formas próprias de interação, pois passam muito tempo conectados através das redes sociais, blogs, jogos online, em meio às inovações tecnológicas.
Desenvolvem também formas características de aprender e de realizar as tarefas acadêmicas. Correm alguns riscos, no entanto: a dificuldade de distinguir o real e o virtual (o offline e o online); a manutenção da segurança e da privacidade  são exemplos deles.
No dia 03/10/2011 o Jornal Folha.com publicou uma entrevista com Marc Prensky, cujos principais textos você pode ler em

Quais as características dos nativos digitais?




a) são multitarefas, podendo, por exemplo, tranquilamente assistir à televisão enquanto ouvem música e trocam mensagens com amigos pelo celular;
b) funcionam melhor quando em rede e realizando atividades colaborativas. Gostam de compartilhar e construir conhecimentos juntos;
c) querem entretenimento aliado à educação e, dentro do possível, aprender através de jogos;
d) são aprendizes bastante visuais, preferindo gráficos e imagens a textos;
e) querem acessar a informação de modo mais interativo, preferindo o hipertexto à linearidade do texto impresso;
f) preferem receber informações rapidamente e por meio de múltiplas fontes multimídia;
g) querem acesso instantâneo a serviços e contato o mais rápido possível com os amigos, não apresentando muita tolerância a demora;
h) jogos de computador, videogames, Internet, telefones celulares, mensagens instantâneas são integrantes da vida desses indivíduos;
i) buscam informação na Internet e só depois em outros meios;
j) confiam nas suas habilidades no uso da tecnologia e na localização de informações na web;
k) preferem ler em uma tela de computador a ler documentos em papel;
l) trafegam à vontade entre o real e o virtual e podem habitar mais de um espaço virtual por vez;
m) percebem a tecnologia de um ponto de vista otimista;
n) tem acesso a variadas tecnologias de informação e comunicação.

Enquanto isso, os imigrantes digitais...





Os imigrantes digitais tiveram contato com os computadores já na fase adulta e, agora, procuram se adaptar a esse mundo. Marc Prensky, na entrevista cuja leitura recomendamos anteriormente (http://www.marcprensky.com/international/Leia%20entrevista%20do%20autor%20da%20expressao%20imigrantes%20digitais.pdf) diz que os imigrantes digitais “têm dificuldade em deixar antigos métodos para trás. Exemplos disso são imprimir e-mails ou não usar a internet como primeira fonte de informação. A distinção é mais cultural e de atitude”.
São aqueles que aprenderam a utilizar as tecnologias atuais por força do trabalho, da necessidade de comunicação e interação, para aprender mais. Como qualquer imigrante, retêm um “sotaque” que pode ser mais ou menos perceptível, dependendo da fluência adquirida em lidar com as tecnologias digitais.
Palfrey e Gasser (2011) os chamam de colonizadores digitais, pessoas mais velhas que estão na era digital desde o seu início, mas cresceram em um mundo analógico e vêm contribuindo para a evolução tecnológica. Apesar disso usam as tecnologias, mas baseados nas formas tradicionais e analógicas de interação.




Nativos digitais X Imigrantes digitais????


(Você faz o meu site e eu faço o seu trabalho de casa...)


Encerrando a nossa aula...


Esta anteposição não existe, não são dois grupos que se opõem e antagonizam, mas gerações que precisam aprender a conviver e, como sempre, há um “desnível geracional” que pode provocar conflitos.
Os nossos objetivos da aula de hoje foram: definir as características do aluno que chega hoje à escola, através do conceito de nativos digitais; listar outros conceitos semelhantes, enunciados por diversos autores; caracterizar a geração chamada de “imigrantes digitais”, à qual pertence a maioria dos professores; e o último, de que falaremos agora:
Cabe aqui iniciar uma reflexão que, na realidade, é o fio condutor desta disciplina:

O que fazer para educar...

?????


É Isso mesmo, se vamos estudar algumas teorias tradicionais da Psicologia da Aprendizagem é com o objetivo de aplica-las a essa nova realidade que encontramos nas escolas e na sociedade.
Para isso solicitamos que você leia um mapa conceitual.
O Mapa conceitual foi criado pelo pesquisador norte-americano Joseph Novak (2003). Ele definiu mapa conceitual como uma ferramenta para organizar e representar conhecimento. Baseado na teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel, um dos autores que estudaremos, é uma representação gráfica em duas dimensões de um conjunto de conceitos construídos de tal forma que as relações entre eles sejam evidentes. Os conceitos aparecem dentro de caixas, enquanto que as relações entre os conceitos são especificadas através de frases de ligação nos arcos que unem os conceitos.
O mapa que sugerimos apresenta o conceito de nativos digitais, além da análise da sua forma de leitura e dos processos de aprendizagem que desenvolvem.
O mapa conceitual pode ser acessado em:

Claro que o adulto precisa aprender a conviver com essas crianças e jovens.
Claro que o professor precisa de uma preparação específica para enfrentar esse desafio e que os cursos de formação ainda não dão conta dessa tarefa.
Vale a pena ouvir a sensatez de Prensky, no artigo que citamos no início:
Então o que deveria acontecer? Os estudantes Nativos Digitais deveriam aprender as velhas formas, ou os educadores Imigrantes Digitais deveriam aprender as novas? Infelizmente, independente de quanto os Imigrantes queiram isso, é bem improvável que os Nativos Digitais regredirão. Em primeiro lugar, isto deve ser impossível – as mentes podem já ser diferentes. Isto insulta tudo o que conhecemos sobre migração cultural. As crianças nascidas em qualquer nova cultura aprendem a nova linguagem facilmente, e resistem com vigor em usar a velha. Os espertos adultos imigrantes aceitam que eles não conhecem seu novo mundo e tiram vantagens de suas crianças a ajudá-los a aprender e integrar-se. Os imigrantes não-tão-espertos (ou não-tão-flexíveis) passam a maior parte de seu tempo lamentando de como eram boas as coisas em seu “velho país”. (PRENSKY, 2001, p. 3-4).



Referências bibliográficas da aula de hoje

HOWE, N. & STRAUSS, W. Millennials rising: the next great generation. Vintage Books, 2000.
NOVAK, J. D. The Theory underlying concept Maps and how to construct them, 2003. Disponível em:
PALFREY, J. & GASSER, U. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração  dos nativos digitais. Porto Alegre: Artmed, 2011.
PRENSKY, M. Digital Natives, Digital Immigrants. MCB University Press, 2001.
PRENSKY, Marc. Não me atrapalhe, mãe – Eu estou aprendendo! São Paulo: Phorte,  2010.
TAPSCOTT, Don. Geração digital: a crescente e irreversível ascensão da geração net. São Paulo: Makron Books, 1999.
Veen, W. & Vrakking, B. Homo Zappiens: Educando na Era Digital. Porto Alegre: Artmed, 2009.





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