SEMANA DE 15 A 19 DE ABRIL
TÓPICO 1
Novos aprendentes... novas formas de aprender.
Nas duas primeiras
aulas vamos conversar um pouco sobre as mudanças dos perfis do professor e do
aluno com o impacto das Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC) na sala de aula presencial.
Os alunos chegam à
escola com a experiência e a vivência das TIC muito maior do que se pensa.
Podemos dizer que muitas vezes ele “sabe mais” desse assunto do que o próprio
professor.
Vamos iniciar o
trabalho sugerindo que vocês assistam a um vídeo e reflitam sobre ele: http://www.youtube.com/watch?v=k6sUOcTSWqM.
Esses alunos que aprendem “diferente”...
Segundo
Tapscott (1999), os jovens que no final de década de 1990 tinham idade entre 2
e 22 anos eram chamados Geração Net,
Net Generation ou,
simplesmente, N-Gen. Para o
autor, enquadravam-se nesse perfil os indivíduos que cresceram cercados pela
mídia digital. Mesmo os jovens que não tivessem acesso à Internet possuíam
alguma fluência no meio digital, ou seja, conhecimentos básicos do uso de
computadores, Internet e/ou videogames.
O autor
apresenta da seguinte forma as gerações anteriores:
Após a
Segunda Guerra Mundial, ocorreu um período de otimismo e fortalecimento
econômico dos países vencedores do conflito, em especial os Estados Unidos.
Chama os nascidos entre 1946 a 1964 de baby
boomers. a geração que
acompanhou uma verdadeira revolução nas telecomunicações, principalmente
com a ascensão da televisão. Para os boomers, a televisão era a inovação
do século e os eventos históricos que marcaram esse período foram assistidos
nos lares graças a esse novo dispositivo.
Os nascidos
na década seguinte, de 1965 ao final dos anos 1970, são conhecidos como a geração X. Eles já tinham a televisão como um aparato
comum no seu lar e por isso têm como característica serem extremamente
orientados para a mídia. Durante a popularização dos computadores e da Internet,
já eram adultos e foram assimilando essa realidade com certa facilidade.
A geração
que se segue, dos nascidos a partir de 1980, recebeu diversas nomenclaturas
como net, geração Y, millennials
(HOWE; STRAUSS, 2000) e nativos
digitais (PRENSKY, 2001a).
Veen e Vrakking (2009) também falam de uma nova geração que adotou a tecnologia e desenvolveu novas estratégias para viver e para aprender:
a que cresceu e descobre o mundo através de uma
multiplicidade de canais de televisão, jogos de computador,
iPods, websites, blogs e celulares e a explorar as implicações do seu
comportamento para aprender. A esta geração chamam Homo Zappiens.
Segundo os
autores os Homo Zappiens são processadores ativos de informação,
capazes de resolver/solucionar uma variedade de problemas usando estratégias de jogos e uma comunicação eficaz – aprendem jogando, como em um jogo exploratório.
Não podemos estudar
esse tema sem falar Marc Prensky, criador dos termos “nativos digitais” e
“imigrantes digitais”. Segundo ele os indivíduos nascidos depois de 1980
possuem maior acesso e, consequentemente, mais habilidades para lidar com as
Tecnologias de Informação e Comunicação.
A origem do termo "nativos digitais", assim como o de "imigrantes digitais" fica clara no artigo de Prensky chamado “Nativos Digitais, Imigrantes Digitais”, cuja tradução para o português pode ser lido em
Os nativos digitais são a primeira geração a crescer com
jogos eletrônicos, computadores, e-mail, mensagens instantâneas,
Internet, telefones celulares, ou seja, essas tecnologias são parte
integral de suas vidas.
Desse modo eles
desenvolvem uma cultura comum e formas próprias de interação, pois passam muito
tempo conectados através das redes sociais, blogs,
jogos online, em meio às inovações
tecnológicas.
Desenvolvem também formas características de aprender e de
realizar as tarefas acadêmicas. Correm alguns riscos, no entanto: a dificuldade
de distinguir o real e o virtual (o offline
e o online); a manutenção da
segurança e da privacidade são exemplos
deles.
No dia 03/10/2011 o
Jornal Folha.com publicou uma entrevista com Marc Prensky, cujos principais
textos você pode ler em
Quais as características dos nativos digitais?
a) são
multitarefas, podendo, por exemplo, tranquilamente assistir à televisão
enquanto ouvem música e trocam mensagens com amigos pelo celular;
b)
funcionam melhor quando em rede e realizando atividades colaborativas. Gostam
de compartilhar e construir conhecimentos juntos;
c) querem
entretenimento aliado à educação e, dentro do possível, aprender através de
jogos;
d) são
aprendizes bastante visuais, preferindo gráficos e imagens a textos;
e) querem
acessar a informação de modo mais interativo, preferindo o hipertexto à
linearidade do texto impresso;
f) preferem
receber informações rapidamente e por meio de múltiplas fontes multimídia;
g) querem
acesso instantâneo a serviços e contato o mais rápido possível com os amigos,
não apresentando muita tolerância a demora;
h) jogos de
computador, videogames, Internet, telefones celulares, mensagens
instantâneas são integrantes da vida desses indivíduos;
i) buscam
informação na Internet e só depois em outros meios;
j) confiam
nas suas habilidades no uso da tecnologia e na localização de informações na
web;
k) preferem
ler em uma tela de computador a ler documentos em papel;
l) trafegam
à vontade entre o real e o virtual e podem habitar mais de um espaço virtual
por vez;
m) percebem a tecnologia de um ponto de vista otimista;
n) tem acesso a variadas tecnologias de informação e
comunicação.
Enquanto isso, os imigrantes digitais...
Os imigrantes
digitais tiveram contato com os computadores já
na fase adulta e, agora, procuram se adaptar a esse mundo. Marc Prensky, na entrevista
cuja leitura recomendamos anteriormente (http://www.marcprensky.com/international/Leia%20entrevista%20do%20autor%20da%20expressao%20imigrantes%20digitais.pdf) diz que os imigrantes digitais
“têm dificuldade em deixar antigos métodos para trás.
Exemplos disso são imprimir e-mails ou não usar a internet como primeira fonte
de informação. A distinção é mais cultural e de atitude”.
São aqueles que aprenderam a utilizar as tecnologias atuais por força do
trabalho, da necessidade de comunicação e interação, para aprender mais. Como qualquer imigrante, retêm um “sotaque” que pode ser mais ou menos
perceptível, dependendo da fluência adquirida em lidar com as tecnologias
digitais.
Palfrey e Gasser (2011)
os chamam de colonizadores digitais,
pessoas mais velhas que estão na era digital desde o seu início, mas cresceram
em um mundo analógico e vêm contribuindo para a evolução tecnológica. Apesar
disso usam as tecnologias, mas baseados nas formas tradicionais e analógicas de
interação.
Nativos digitais X Imigrantes digitais????
(Você faz o meu site e eu faço o seu trabalho de casa...)
Encerrando a nossa aula...
Esta anteposição
não existe, não são dois grupos que se opõem e antagonizam, mas gerações que
precisam aprender a conviver e, como sempre, há um “desnível geracional” que
pode provocar conflitos.
Os nossos objetivos
da aula de hoje foram: definir as características do aluno que chega hoje à
escola, através do conceito de nativos digitais; listar outros conceitos
semelhantes, enunciados por diversos autores; caracterizar a geração chamada de
“imigrantes digitais”, à qual pertence a maioria dos professores; e o último,
de que falaremos agora:
Cabe aqui iniciar
uma reflexão que, na realidade, é o fio condutor desta disciplina:
O que fazer para
educar...
?????
É Isso mesmo, se
vamos estudar algumas teorias tradicionais da Psicologia da Aprendizagem é com
o objetivo de aplica-las a essa nova realidade que encontramos nas escolas e na
sociedade.
Para isso solicitamos
que você leia um mapa conceitual.
O Mapa conceitual
foi criado pelo pesquisador norte-americano Joseph Novak (2003). Ele definiu
mapa conceitual como uma ferramenta para organizar e representar conhecimento.
Baseado na teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel, um dos
autores que estudaremos, é uma representação gráfica em duas dimensões de um
conjunto de conceitos construídos de tal forma que as relações entre eles sejam
evidentes. Os conceitos aparecem dentro de caixas, enquanto que as relações
entre os conceitos são especificadas através de frases de ligação nos arcos que
unem os conceitos.
O mapa que
sugerimos apresenta o conceito de nativos digitais, além da análise da sua
forma de leitura e dos processos de aprendizagem que desenvolvem.
O mapa conceitual
pode ser acessado em:
Claro que o adulto
precisa aprender a conviver com essas crianças e jovens.
Claro que o
professor precisa de uma preparação específica para enfrentar esse desafio e
que os cursos de formação ainda não dão conta dessa tarefa.
Vale a pena ouvir a
sensatez de Prensky, no artigo que citamos no início:
Então o que deveria acontecer? Os estudantes Nativos
Digitais deveriam aprender as velhas formas, ou
os educadores Imigrantes Digitais deveriam aprender as novas? Infelizmente,
independente de
quanto os Imigrantes queiram isso, é
bem improvável que os Nativos Digitais regredirão. Em primeiro lugar, isto deve ser impossível – as mentes podem
já ser diferentes. Isto insulta tudo o que conhecemos
sobre migração cultural. As crianças nascidas em qualquer nova cultura aprendem
a
nova linguagem facilmente, e resistem
com vigor em usar a velha. Os espertos adultos imigrantes aceitam que
eles não conhecem seu novo mundo e tiram vantagens de suas crianças a ajudá-los
a
aprender e integrar-se. Os imigrantes
não-tão-espertos (ou não-tão-flexíveis) passam a maior parte de seu tempo lamentando de como eram boas as coisas em seu
“velho país”. (PRENSKY, 2001, p. 3-4).
Referências bibliográficas da aula de hoje
HOWE, N. & STRAUSS, W. Millennials rising:
the next great generation. Vintage Books, 2000.
NOVAK, J. D. The Theory
underlying concept Maps and how to construct them, 2003. Disponível
em:
PALFREY, J. & GASSER, U. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração dos nativos digitais. Porto Alegre: Artmed,
2011.
PRENSKY, M. Digital Natives, Digital Immigrants. MCB University Press, 2001.
Disponível em: http://www.marcprensky.com/writing/prensky%20-%20digital%20natives,%20digital%20immigrants%20-%20part1.pdf.
PRENSKY, Marc. Não me atrapalhe, mãe – Eu estou
aprendendo! São Paulo: Phorte, 2010.
TAPSCOTT,
Don. Geração digital: a crescente e irreversível ascensão da geração
net. São Paulo: Makron Books, 1999.
Veen, W. & Vrakking, B. Homo Zappiens: Educando
na Era Digital. Porto Alegre: Artmed, 2009.
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